Os dois candidatos à Presidência que vão disputar o segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), descartaram mudar a Constituição, caso eleitos.
Ambos foram questionados sobre o tema em entrevistas ao vivo no Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta segunda (8).
Primeiro a falar - após sorteio feito ao vivo na bancada do JN -, Haddad
afirmou que o partido desistiu de tentar mudar a Constituição por meio
de uma Constituinte, conforme constava no programa de governo petista.
"Revimos nosso posicionamento", afirmou Haddad, que não citou o nome do ex-presidente Lula na
entrevista. Segundo o candidato do PT, as reformas necessárias para
retomar o crescimento do Brasil serão feitas por meio de emendas
constitucionais.
Bolsonaro se preocupou em enfatizar que acredita no voto e que desautorizou seu vice, general Hamilton Mourão,
por ter dito que ele considerava convocar uma Constituinte a ser
escrita por notáveis e achava razoável a hipótese de um autogolpe contra
o Congresso. "Ele deu uma canelada. Eu o desautorizei", disse
Bolsonaro. "Ele é general, eu sou capitão, mas o presidente serei eu."
Bolsonaro
também acenou ao Nordeste e aos mais pobres, campos em que o PT leva
vantagem, e afirmou que não acabará com o Bolsa Família.
O PT
também fez um gesto significativo em direção ao eleitorado de centro
que o vê Haddad como sendo tutelado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Na noite desta segunda (8), o candidato foi liberado pelo
padrinho político de visitá-lo semanalmente na sede da Polícia Federal
em Curitiba onde cumpre pena por corrupção.
A correção de rota na
campanha do PT promete ser mais drástica, a fim de buscar ampliar a
base de 29,3% dos votos recebidos no domingo. A avaliação da campanha,
porém, é que obter os votos necessários será "muito difícil".
Após receber Haddad nesta segunda, Lula também
autorizou o PT a revisar pontos do programa de governo para tentar
ampliar as alianças. Lula orientou o discípulo a ir para a rua fazer
campanha e deu carta branca apara que firme sua identidade e converse
com diversos partidos.
A ideia é que os acordos formais se deem
entre siglas de centro-esquerda, como PDT, PSB e PSOL, mas haja espaço
para formar uma frente em defesa da democracia. O ex-adversário Ciro
Gomes (PDT), terceiro colocado nas urnas, pretende anunciar nesta quarta
"apoio crítico" ao petista.
No grupo mais amplo, poderiam entrar líderes de partidos como o PSDB, sobretudo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem boa relação com Haddad.
Depois
de se reunir com Haddad e o comando da campanha em São Paulo, a
presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que as
visitas a Curitiba dependerão da dinâmica da campanha. "Temos menos de
20 dias. Não sei qual será o tempo e a disposição para isso. Se for
possível, ele vai, se não, vai fazer campanha."
A campanha de
Haddad também incorporou o senador eleito pela Bahia Jaques Wagner para
comandar as articulações políticas. Com bom trânsito entre políticos,
empresários e integrantes das Forças Armadas –foi ministro da Defesa de
Dilma Rousseff– ele vai tentar ampliar o diálogo com diferentes setores e
esfriar os ânimos no PT.
Uma ala importante da coordenação
defende que o eixo do segundo turno seja o debate econômico, com a
radicalização do discurso e sem acenos ao mercado, enquanto o grupo mais
próximo a Haddad quer que o candidato faça movimentos que amplie seu
arco de apoio, inclusive com empresários e investidores.
A
campanha se preocupa também em buscar o eleitor lulista que migrou para
Bolsonaro. Daí a ênfase no discurso para o eleitorado mais pobre. Mas
ainda não encontrou antídoto eficaz para combater as notícias falsas
contra o petistas que circulam nas redes sociais e quer reforçar essa
área.
No campo de Bolsonaro, a estratégia das
redes sociais é vista como acerto –o ponto forte do candidato, segundo
seu filho, o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ).
O capitão
pretende fortalecer a ação e o discurso antipetista que o ajudaram a
triunfar no primeiro turno. À parte o aceno aos resultados das eleições
feito na noite de segunda, as concessões da campanha devem se limitar à
participação em debates após se recuperar do atentado a faca sofrido em 6
de setembro.
No primeiro turno, Bolsonaro participou dos dois
primeiros debates, foi posto sob licença médica e evitou o último,
ocorrido após ter alta. O candidato passará por nova avaliação médica
nesta quarta (10), véspera do primeiro debate do segundo turno.
Bolsonaro
também já passou a usar a seu favor o discurso da governabilidade. Ao
longo do primeiro turno, uma das fragilidades do candidato era a falta
de apoio no Congresso. Com os resultados do domingo, seu PSL passará de 7
vagas para 52, a segunda bancada da Câmara, atrás do PT, com 56.
"Para
quem falava que eu não teria governabilidade, temos a segunda bancada
física na Câmara, além de outros parlamentares que têm compromisso de
nos ajudar na governabilidade", afirmou Bolsonaro em entrevista às
rádios Bandeirantes e Jovem Pan.
Conselheiros da campanha também
avaliam que não é hora de apresentar propostas e que a maioria do
eleitorado busca um antagonista para a velha política capturada pelos
escândalos de corrupção.
"[Plano de governo] é uma empulhação que
marqueteiro ensinou para todos no Brasil", disse o deputado Onyx
Lorenzoni (DEM-RS), futuro ministro da Casa Civil num eventual governo
do PSL. Segundo Lorenzoni, a eleição no dia 28 de outubro será definida
entre "o passado do Lula e a a esperança de um futuro, que o Bolsonaro é
isso".
A campanha do PSL tem minimizado o peso de alianças no
segundo turno, e os líderes afirmam que todo apoio que não vier de
corrupto ou da esquerda é bem-vindo.
Bolsonaro não deve rever
significativamente o discurso –além do antipetismo, questões como a
confiabilidade das urnas eletrônicas, a moralização e o combate à
corrupção seguem em destaque.
Embora alguns de seus aliados
defendam que ele suavize o tom, outros afirmam que isso poderia alterar
justamente o que ajudou a conquistar eleitores: a polarização como PT.
"A gente não precisa conquistar voto de ninguém, a gente só precisa
mostrar quem é o PT", afirma o presidente do PSL, Gustavo Bebianno.
Fonte: Folha-pe
segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Bolsonaro e Haddad afirmam que não farão nova Constituição
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