O deputado fluminense Jair Bolsonaro (PSL) e o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) se enfrentarão no segundo turno da eleição para presidente, no próximo dia 28.
A onda de apoios que impulsionou Bolsonaro,
63, na última semana antes do primeiro turno espraiou-se, mas não foi
suficiente para finalizar o jogo neste domingo (7). Ele tem 46,66% dos
votos válidos, com 96,42% das urnas apuradas. Uma série de candidatos
associados a seu nome nos estados teve desempenho superior ao que as
pesquisas indicavam.
Datafolha havia feito a projeção meia hora antes, com 87,91% das urnas apuradas.
Já Haddad,
55, amealhou até agora 28,5% dos votos válidos, conquistando endosso
significativo na região Nordeste, berço do homem que o colocou na
corrida, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
erá o sexto segundo turno em oito eleições presidenciais desde a
redemocratização de 1985. Se de 1994 a 2014 o que estava em jogo era
avalizar ou rejeitar a gestão anterior, agora tanto Bolsonaro como Haddad
são opositores ferrenhos da agônica e impopular Presidência de Michel
Temer (MDB). O segundo turno, porém, vai se dar entre os dois candidatos
de maior rejeição pelo eleitorado.
Será o sexto segundo turno em oito eleições presidenciais desde a
redemocratização de 1985. Se de 1994 a 2014 o que estava em jogo era
avalizar ou rejeitar a gestão anterior, agora tanto Bolsonaro como Haddad
são opositores ferrenhos da agônica e impopular Presidência de Michel
Temer (MDB). O segundo turno, porém, vai se dar entre os dois candidatos
de maior rejeição pelo eleitorado.
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O
deputado conseguiu associar-se à figura da novidade na política, mesmo
sendo congressista desde 1991, e ganhou para si o rótulo de combatente
principal contra o PT. Promete "quebrar o sistema", sem dizer exatamente
como o fará, apoiando-se na rejeição da política tradicional -algo que
vai além de Lula, mas o inclui.
Já o ex-prefeito
apresenta-se como um redentor de políticas de seu partido durante a era
Lula, buscando esquivar-se do desastre econômico legado por Dilma
Rousseff (PT), impedida e substituída por seu vice, Temer, em 2016.
Essa
particularidade explica o fiasco experimentado pelo PSDB nessa eleição.
O partido apoiou o impeachment e aliou-se a Temer até o ano passado,
mesmo contra a vontade de seu candidato, o ex-governador paulista
Geraldo Alckmin.
De porta-estandarte do combate à corrupção
protagonizada pelo PT, simbolizado pela Operação Lava Jato, a sigla viu o
seu quase vencedor de 2014, Aécio Neves, ser envolvido em investigações
policiais.
O papel de bastião do antipetismo foi conquistado por Bolsonaro.
Com tudo isso, Alckmin teve o pior desempenho da história do partido em
eleições presidenciais, com 4,81% dos válidos até agora.
O ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT) provou resiliência ao longo da corrida, mas a prevalência do PT e de Bolsonaro no seu reduto, o Nordeste, limitaram sua capacidade de ultrapassar Haddad como
nome da esquerda -apesar de simulações de segundo turno o colocarem em
posição mais confortável que a do petista. Tem 12,52% dos válidos até
agora.
O voto mudancista vencedor neste domingo já foi
representado em algum momento por Marina Silva, mas a candidata da Rede
teve sua pior derrota nos três pleitos que disputou: mero 1% dos
válidos. Foi ultrapassada por um neófito, João Amoêdo (Novo), com 2,57%,
e por Cabo Daciolo, com 1,25%.
Henrique Meirelles (MDB),
badalado ex-ministro da Fazenda, não teve como tirar a bola de chumbo
representada por Temer de seu pé e amargou um sexto lugar, com 1,21%.
Alvaro Dias (Podemos), que fez da defesa da Lava Jato sua bandeira,
conquistou somente 0,86%.
O círculo eleitoral brasileiro, de certa forma, traz o país de novo a 1989. Lula, inelegível por ter sido condenado em segunda instância por corrupção, lançou Haddad como seu preposto após esticar até onde pôde a corda de sua candidatura na Justiça.
Se Haddad é um ator tradicional, apesar de ter sido um prefeito mal avaliado e derrotado em primeiro turno em 2016, Bolsonaro representa o surpreendente nessa campanha.
Ele
coleciona polêmicas que lhe valem as pechas de fascista e radical,
sendo réu por incitação ao estupro e um apologista da ditadura militar
(1964-85). Seu ídolo político é o único torturador do período
reconhecido assim pela Justiça, o coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra, morto em 2015.
Nada disso impediu que sua campanha baseada
em uso intensivo de redes sociais e grupos de mensagens instantâneas, a
partir de 2015, o tornasse impenetrável a críticas dos apoiadores. Sem
estrutura partidária ou tempo significativo de propaganda gratuita,
virou fenômeno.
Cercou-se de colaboradores oriundos do Exército e
de setores conservadores e admite sua ignorância sobre assuntos
econômicos. Para tanto, escalou um economista ultraliberal, Paulo
Guedes, para ser seu fiador junto aos mercados -mesmo com desconfianças,
foi bem-sucedido dada a alergia que o mundo financeiro tem do PT.
Por fim, ou talvez para começar, houve o atentado de 6 de setembro. Ferido gravemente por uma facada no abdômen, Bolsonaro
deixou fisicamente a campanha até o fim. Isso desorganizou a estratégia
dos adversários de atacá-lo, embora seja incerto se isso se reverteria
em apoio a nomes como Alckmin.
Bolsonaro só foi
visto em parcas entrevistas e vídeos gravados para a internet, evitando a
exposição ao contraditório em debates -só participou de dois.
Agora, terá tempo de exposição igual na propaganda gratuita e deverá enfrentar embates diretos com Haddad. A sabedoria convencional diria que será o tira-teima para a estratégia inusual de Bolsonaro, mas ela não foi boa conselheira até aqui neste 2018.
Fonte: Folha-pe
segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Bolsonaro e Haddad se enfrentarão no segundo turno
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