Após 13 meses de investigação, a Polícia
Federal ( PF ) finalizou o inquérito que apurava se o presidente Michel
Temer e seu grupo político receberam propina em troca de beneficiar
indevidamente empresas do setor portuário. No relatório final, a PF
indiciou o atual presidente e sua filha Maristela por corrupção passiva ,
lavagem de dinheiro e organização criminosa , além de outros acusados.
O relatório final afirma que Temer usou
empresas do coronel reformado da PM João Baptista Lima, amigo do
presidente de longa data, para receber propina da empresa Rodrimar por
meio de uma complexa engenharia financeira envolvendo repasses a empresa
de fachada ligada ao coronel. A PF aponta ainda crimes em pagamentos
feitos pelo grupo Libra. Ambas as empresas são concessionárias de áreas
do porto de Santos, reduto de influência política do emedebista.
O relatório final, assinado pelo
delegado Cleyber Malta Lopes, foi enviado nesta terça-feira ao Supremo
Tribunal Federal — prazo máximo estabelecido pelo ministro Luís Roberto
Barroso. Agora, o material será encaminhado à procuradora-geral da
República Raquel Dodge, que deverá decidir se oferece denúncia contra o
presidente com base nesses fatos.
Temer já havia sido denunciado duas
vezes pelo antecessor de Dodge, Rodrigo Janot, em casos envolvendo a
delação do grupo J&F (dono da JBS), mas o Congresso Nacional barrou a
abertura de ação penal contra o presidente. Caso Dodge ofereça nova
denúncia, será a terceira contra o emedebista no exercício do cargo de
presidente.
Além de Temer e Maristela, a PF apontou
indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o coronel
João Baptista Lima e sua mulher Maria Rita Fratezi, além do seu sócio
Carlos Alberto Costa e o filho dele, Carlos Alberto Costa Filho. A PF
também aponta corrupção ativa do empresário Antônio Celso Grecco e seu
subordinado Ricardo Mesquita, da Rodrimar, e de Gonçalo Torrealba, do
grupo Libra, citados como responsáveis por pagamentos de propina em
troca de benefícios na administração pública. A PF pediu o bloqueio de
bens de todos eles, inclusive Temer e sua filha.
Prisão preventiva
A PF ainda solicitou a prisão preventiva
do coronel Lima, seu sócio Carlos Alberto Costa, sua mulher Maria Rita e
o contador Almir Martins Ferreira, que também foi indiciado — Almir é
suspeito de operar a empresa de fachada que receberia propina para
Temer. No despacho, Barroso proíbe os quatro de saírem do país e pede a
manifestação da PGR sobre o pedido de prisão. (Fonte: O Globo)
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