Em seu primeiro encontro com os
governadores eleitos e reeleitos em outubro, o presidente eleito Jair
Bolsonaro afirmou hoje (14) que, por vezes, é necessário adotar “medidas que são um pouco amargas”
para evitar o agravamento da crise no país. Ele não detalhou que
medidas são essas, mas disse que o esforço é para evitar que o Brasil se
transforme em uma Grécia. Bolsonaro lembrou que as reformas têm de
passar pela Câmara e pelo Senado e pediu a compreensão dos presentes.
“Algumas medidas são um pouco
amargas, mas nós não podemos tangenciar com a possibilidade de nos
transformarmos naquilo que a Grécia passou, por exemplo“, afirmou Bolsonaro. “Temos
de buscar soluções, não apenas econômicas. Se conseguirmos diminuir a
temperatura da insegurança no Brasil, a economia começa a fluir.“
Bolsonaro destacou as pontencialidades
do país, como a riqueza mineral, a biodiversidade, o agronegócio e o
turismo. Segundo o presidente eleito, as soluções passam pelo apoio dos
estados. “Não teremos outra oportunidade de mudar o Brasil. Nós
temos que dar certo. Não teremos uma outra oportunidade pela frente.
Temos que trabalhar unidos e irmanados nesse propósito.”
Pacto
No encontro desta quarta-feira,
Bolsonaro propôs aos governadores um pacto a favor do Brasil, no esforço
de buscar soluções para os problemas e contribuir na administração das
dificuldades. O presidente eleito frisou que o pacto será negociado “independentemente de partido [político]. A partir deste momento não existe mais partido, nosso partido é o Brasil”, disse, sob aplausos.
Bolsonaro negou que que o Ministério do
Meio Ambiente será comandada pela atriz e escritora Maitê Proença. De
acordo com ele, o nome escolhido será o de uma pessoa que conhece com
profundidade a questão ambiental e vai focar na concessão de licenças,
que, na opinião dele, está cercada de burocracia. “Queremos preservar o meio ambiente, mas não dessa forma que está aí”.
O presidente eleito disse ter ouvido uma análise pertinente do futuro governador de Goiás, Ronaldo Caiado. “Ninguém consegue entender por que o Brasil, com a riqueza que tem, está na situação de hoje”, afirmou Bolsonaro. “Temos que destravar questões que nos colocam em situação de atraso”.
Carta
Ao ser informado pelo governador eleito
de São Paulo, João Dória, de que as reivindicações dos governadores
serão reunidas em uma carta, Bolsonaro afirmou que vai analisar com sua
equipe cada item exposto no documento.
Ao longo desta semana, a expectativa
girou do anúncio de novos nomes para compor o primeiro escalão do
Governo Bolsonaro. Além da Pasta do Meio Ambiente, o presidente eleito
poderia indicar o comando dos Ministérios da Saúde e das Relações
Exteriores. Porém, o ministro extraordinário da transição, Onyx
Lorenzoni, afirmou que não haverá novos anúncios até sexta-feira (16).
Nordestinos faltosos
Só um governador do Nordeste participou
do encontro com Bolsonaro: Wellington Dias (PT), reeleito no Piauí.
Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, e Rui Costa (PT), da
Bahia, estão em viagens pela Europa. Câmara está de férias, enquanto Rui
Costa cumpre agenda e só retorna na sexta-feira (16). O vice-governador
da Bahia, João Leão (PP), que está como governador em exercício,
participou da reunião com o presidente eleito.
Wellington Dias negou que haja resistência por parte dos governadores ausentes. “Quando
recebemos o convite, vários governadores estavam com missões no
Exterior, outros com compromissos, com dificuldades de alteração [na
agenda], então acertamos que eu compareceria”. (Fonte: Agência Brasil)
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