A indústria brasileira atravessa seu pior momento em pelo menos 16
anos. De janeiro a outubro, a ocupação média das fábricas está em 73,9%,
o menor índice desde 2001, quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV)
começou a fazer o levantamento. Nesses 16 anos, a média histórica de
ocupação de capacidade da indústria é de 80,9%.
“A grande ociosidade na indústria mostra a profundidade da crise
econômica”, diz a coordenadora da Sondagem Industrial do Instituto
Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Tabi Thuler Santos.
Segundo ela, dos 19 segmentos pesquisados, 80% estão com a ocupação
baixa ou extremamente baixa. O segmento que está em pior situação é o de
automóveis. Em outubro, as montadoras usavam 55,9% da capacidade das
fábricas, menor nível mensal de ocupação também em 16 anos.
A japonesa Honda, que investiu R$ 1 bilhão numa nova fábrica em
Itirapina (SP), por exemplo, continua com a planta fechada e sem
perspectivas de utilizá-la no curto prazo. O presidente da Honda do
Brasil, Issao Mizoguchi, afirma que nem o início da produção de um novo
veículo da marca no País, o utilitário-esportivo compacto WR-V, será
suficiente para ativar a fábrica.
A unidade está pronta desde o fim de 2015, deveria ter sido
inaugurada no início deste ano, mas segue fechada, com todos os
equipamentos da linha de montagem aguardando a melhora do mercado. “Pode
ser que a fábrica fique ainda um ano ou mais parada, não sabemos”,
afirma o executivo.
Retomada. Um dos efeitos dessa grande ociosidade na indústria,
segundo especialistas, é adiar pelo menos para 2018 uma retomada do
investimento na produção, com abertura de novas fábricas e contratações.
Segundo José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o próximo ano ainda será de
“arrumação da casa”, antes de se pensar em novos investimentos.
“Como pensar em investimentos se as empresas não estão gerando caixa
para pagar as despesas financeiras?”, diz Coelho. Segundo ele, o
primeiro passo é ocupar a capacidade ociosa, acertar as pendências
financeiras e com o Fisco, para depois decidir investir, se houver um
aumento da procura.
Roriz acredita que, se as reformas propostas pelo governo, como a PEC
do Teto de Gastos e a da Previdência, forem aprovadas, os empresários
recolocarão os investimentos no orçamento das companhias para 2018.
Esses orçamentos começam a ser elaborados no segundo semestre do ano
que vem. “Mas isso, se tudo correr bem e as reformas forem realmente
implementadas”, diz. Nesse contexto, afirma, 2017 será ainda um ano de
ocupação da capacidade de produção.
Fonte: Tribuna da Bahia
segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Fábricas brasileiras operam com o menor nível de ocupação em 16 anos
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