“Estava a terminar a pesca, quando senti um odor muito desagradável
vindo de longe. Aproximei-me e lá estava, esparramado na água”, contou
Jalid ao jornal espanhol “El Mundo”.
O “tesouro” descoberto foi uma porção generosa de secreção biliar
de cachalote, de exatamente 75 quilos de vômito. O marinheiro encontrou a
substância ainda fresca, com cor branca, textura pegajosa e mau odor.
Apercebendo-se do que havia encontrado, pegou em cordas e recolheu a
secreção para uma caixa de plástico. Depois de chegar ao local do
desembarque questionou os outros pescadores quanto à descoberta e
levou-a para casa, onde a massa esbranquiçada se começou a transformar.
“Com o passar dos dias, o cheiro mudou e passou a ser agradável,
libertando uma fragrância doce e marinha, que disparou o preço”, disse
Jalid.
Numa foto partilhada pela imprensa espanhola, a substância aparece
partida em vários pedaços sólidos espalhados pelo chão, junto a um
ventilador.
“Estou a deixá-la secar. Cortei-a em pequenas peças. Há alguns
fragmentos que já estão secos mas a maioria precisa de tempo”, o meu
objetivo é vender a substância ao melhor preço possível”, admitiu o
marinheiro.
“Se é de boa qualidade, o quilo compra-se a 15 mil riais omanenses (35 mil euros).”
Até à data, a maior peça de “âmbar gris”, nome científico para a
secreção biliar da baleia, foi encontrada em 1912 e pesava 454 quilos.
Segundo o biólogo norte-americano Christopher Kem, autor do estudo
“Ouro flutuante”, a possibilidade de encontrar esta substancia é
remota, visto que a sua formação requer anos e apenas 1% das baleias a
produzem.
Depois de ser expelida, a bílis pode tardar outros tantos anos a chegar a terra.
Os principais casos registaram-se no oceano Atlântico – nas Bahamas -, na Nova Zelândia e nas Maldivas.
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