Em tempos de altas temperaturas como as
de agora, nada melhor do que uma bebida saudável para manter o corpo
hidratado. E água de coco é uma das melhores opções. Mas esqueça o
formato convencional.
A água de coco já pode ser encontrada em
garrafas de tamanhos diversos e sem aditivos ou conservantes. Essa é a
mais nova fonte de renda de produtores familiares nos perímetros de
irrigação geridos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
No Perímetro Senador Nilo Coelho, em
Petrolina, e Apolônio Sales e Barreiras, em Petrolândia (Sertão de
Itaparica), agroindústrias de engarrafamento da bebida – que é apreciada
pelo seu gosto peculiar e pelos diversos benefícios para a saúde -,
fortalecem a produção do fruto e incrementam a renda dos produtores.
“É uma atividade de mercado que tem
ajudado muito os produtores em relação à sazonalidade, quando os preços
podem oscilar bastante“, explica José Costa, gerente regional de
irrigação da Codevasf em Petrolina. O estado de Pernambuco é o quarto no
ranking de produção de coco da região Nordeste, com cerca de 14,2 mil
hectares de área plantada segundo dados da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa). É no Nordeste que se concentra a maior
fatia da produção do fruto em todo o país.
Aposta
A água de coco envasada é uma aposta
tanto dos agricultores dos projetos da Codevasf, que vêm criando
agroindústrias próprias em seus lotes, quanto de empresas privadas que
já exploram o filão. É o caso de duas agroindústrias sediadas no Ceará,
que instalaram unidades no Sistema Itaparica – um conjunto de dez
perímetros irrigados entre Pernambuco e Bahia, criado pela Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) para compensar famílias que viviam
na área onde se formou o lago da usina hidrelétrica de Luiz Gonzaga, e
que atualmente é administrado pela Codevasf.
“Esses lotes (do Sistema Itaparica)
foram os primeiros a garantir boa parte da produção de coco da região e
agora estão recebendo alguns empreendimentos. Hoje temos a Paraipaba,
que implantou uma unidade de extração no projeto Apolônio Sales, e a
Dikoco, que se instalou no projeto Barreiras, ambos no município de
Petrolândia“, explica José Costa. Segundo ele, todos os
empreendimentos estão recebendo a devida atenção por parte da Codevasf
no que diz respeito à liberação de água para a instalação das
indústrias.
No caso da Paraipaba, a unidade
instalada no projeto irrigado Apolônio Sales extrai a água de coco e
envia para a fábrica, no Ceará, a matéria-prima para produção da bebida –
que é comercializada pura ou na forma de sucos mistos com frutas
tropicais, como limão e abacaxi. Segundo o gerente da unidade em
Petrolândia, Jackson Carvalho, são perfurados cerca de 60 mil cocos por
dia no local, a maior parte adquirida junto aos agricultores do projeto.
“Enviamos cerca de 25 mil litros diariamente para a fábrica em Paraipaba, no Ceará”, contabiliza Carvalho.
Bons frutos
No Senador Nilo Coelho, o agricultor
Francisco Nunes tem investido no envasamento da água de coco e vem
alcançando bons resultados. Conhecido na região como Chico do Coco, ele
começou a atividade em 1991 por meio de uma associação de produtores, do
qual foi presidente. Em 2013, ele começou a trabalhar individualmente. “Mas só em 2014 consolidei o negócio“, conta o produtor.
Em sua pequena agroindústria instalada
no lote de 10 hectares, Chico do Coco tem cerca de quatro mil coqueiros
espalhados em seis hectares que produzem cerca de 300 frutos por
planta/ano, garantindo anualmente cerca de 36 mil litros de água. Toda a
produção é comercializada em Petrolina e na vizinha cidade baiana de
Juazeiro. O faturamento mensal é de cerca de R$ 30 mil por mês.
O envase da água de coco é feito
artesanalmente em três tipos de embalagens: copo de 300 ml; garrafas de
300 ml, 450 ml e 950 ml e balde de cinco litros. “Hoje, com três
empregados para executar o trabalho, a capacidade de produção é de mil
copos por dia. Estou batalhando por um financiamento de cerca de R$ 120
mil em equipamentos; com isso a produção pode chegar a dois mil copos
por hora”, planeja o produtor.
Potencialidades e benefícios
Segundo a Embrapa, o Brasil possui cerca
de 280 mil hectares cultivados com coqueiro, distribuídos,
praticamente, em quase todo o território nacional com produção
equivalente a dois bilhões de frutos. Essa situação decorre
principalmente do aumento da área cultivada com coqueiros anões e
híbridos destinados à produção de coco verde (água de coco), os quais
são naturalmente mais produtivos que o coqueiro gigante destinado à
produção coco seco.
De acordo com o Sebrae, o consumo da
água de coco verde no Brasil é crescente e significativo. Grande parte
da demanda deve-se aos benefícios da bebida para a saúde devido a uma
associação de substâncias que a tornam especial mesmo quando comparada
com bebidas produzidas pelo homem. Ela é rica em vitaminas, minerais,
aminoácidos, carboidratos, antioxidantes, enzimas e outros
fitonutrientes que ajudam o corpo a funcionar com mais eficiência. Seu
conteúdo eletrolítico (mineral iônico) semelhante ao plasma humano
garantiu-lhe o reconhecimento internacional como melhor reidratante
oral.
Os benefícios que ela traz à saúde não
param em seu potencial reidratante. A água de coco promove o equilíbrio
da química corpórea, beneficiando a saúde como um todo; reduz a pressão
arterial e risco de doença cardíaca; previne arteriosclerose; facilita
as funções renais; protege contra vários tipos de câncer; facilita a
digestão; controla os níveis de glicemia no sangue; deixa o sistema
imunológico mais ativo; possui propriedades antienvelhecimento e ajuda
na preservação de bactérias amigas da saúde. As informações são da
assessoria da Codevasf. (fotos/divulgação
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