O governo de Pernambuco suspendeu as férias de policiais militares,
civis, científicos e bombeiros até o dia 31 de janeiro de 2017. A
decisão está na Portaria 4648, de 21 de dezembro deste ano, assinada
pelo secretário de Defesa Social, Angelo Fernanades Gioia. A norma
prorroga os efeitos da Portaria 1412/2016, do dia 15 de dezembro deste
ano, que já tinha tirado efetivo policial do período de descanso em dezembro e durante o início do primeiro mês do próximo ano.
O objetivo é garantir efetivo para atuar no policiamento ostensivo
durante a operação-padrão deflagrada no dia 6 de dezembro por
associações que representam militares. A categoria cobra melhores
condições de trabalho e equiparação salarial com o efetivo da Polícia
Civil.
No primeiro artigo da portaria, o titular da SDS determina, ainda, que
os comandantes das respectivas corporações informem aos subordinados e
fiscalizem o cumprimento da norma. O segundo artigo trata da situação
dos policiais que já tinha férias programadas. Quem sairia no dia 2 de
janeiro vai esperar até 2 de março de 2017.
A SDS afirma que as situações excepcionais serão avaliadas de acordo
com cada caso concreto. O parágrafo único da portaria garante que não
haverá interferência no processo de aposentadoria do servidor que
estiver dependendo das férias.
No texto da portaria, a SDS justifica que a atitude é necessária para
assegurar o combate à criminalidade e reduzir os índices de violência,
enquanto durar o movimento das associações. Os PMs ligados aos grupos
deixaram de cumprir as jornadas extras de serviço.
Nesta sexta-feira (23), o secretário Angelo Gioia disse que a decisão é
necessária. "Vai garantir a segurança da população. Quando a situação
votar ao normal, o ato poderá ser revisto", declarou o titular da SD,
durante um evento no Corpo de Bombeiros.
A suspensão de férias de PMs foi uma das medidas adotadas pelo governo
de Pernambuco para preencher as lacunas deixadas pelos integrantes das
associações que aderiram à operação-padrão. Esa medida valeria, a
princípio, entre os dias 15 e 31 de dezembro.
O estado também determinou a aplicação de medidas punitivas para os policiais que deixaram de fazer jornada extra, mesmo depois de terem assinado o termo de compromisso.
Diante da operação-padrão, as Forças Armadas foram acionadas para atuar em Pernambuco. No início da 'Operação Leão do Norte', em 10 de dezembro, eram 3.500 homens do Exército, Aeronáutica e marinha.
No dia 19, o governo Michel Temer assinou uma nova portaria prorrogando a estada das tropas até 3 de janeiro. No entanto, o efetivo sofreu redução para 500 militares. Isso significa que, até lá, apenas 14% do contingente inicial participará de ações no Grande Recife.
Associações
Para o presidente da Associação de Praças de Pernambuco (Aspra), José Roberto Vieira, a decisão do governo agrava o impasse entre o estado e os PMs que estão mobilizados. "Isso constrange a categoria", declara.
Para o presidente da Associação de Praças de Pernambuco (Aspra), José Roberto Vieira, a decisão do governo agrava o impasse entre o estado e os PMs que estão mobilizados. "Isso constrange a categoria", declara.
Os policiais encararam a prorrogação da suspensão das férias como mais
uma 'represália'. "Ficou mais difícil negociar", observou.
Fonte: G1
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