Após os transtornos causados pelas chuvas no Grande Recife, a previsão
da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) aponta que a
precipitação permanece até o domingo (23). A previsão aponta para chuva
fraca a moderada no início da manhã e à noite. Durante a manhã deste
sábado (22), parte do bairro da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes,
Ainda segundo a Apac, até as 16h, choveu 13,83 milímetros na Campina do
Barreto, no Recife, nas últimas 12 horas. Em Jaboatão, foram 3,56
milímetros. Para o meteorologista Thiago do Vale, é possível que o clima
apresente uma melhora a partir das 10h.
“Para quem quiser arriscar uma praia haverá um período de melhora. O
inverno no Recife tem por característica ter uma umidade bem forte e com
o passar do dia vai abrindo o tempo, até que volta a chover à noite”,
comentou.
Até as 10h deste sábado, a Apac registrou 49 milímetros de chuva no
Recife, na altura do bairro da Imbiribeira, nas últimas 24 horas. No
Curado II, em Jaboatão dos Guararapes, foram 43,74 milímetros. Na
Muribeca, choveu 20,83 milímetros nas últimas 24 horas.
O secretário de Defesa Civil de Jaboatão, coronel Marcos Antônio,
explicou que a região da Muribeca é uma área recorrente de alagamentos
por ser mais baixa e que, quando chove, o nível do rio sobe e não tem
como drenar.
Na Muribeca, moram cerca de 26 mil pessoas. Na sexta-feira (21), o Rio
Jaboatão transbordou e fechou a entrada do bairro. O acesso normalizou
neste sábado, mas inúmeros moradores seguem ilhados. Imagens feitas pelo
Globo Cop mostram jangadas improvisadas. Ao todo, 75 pessoas estão
abrigadas pela prefeitura do município.
Ainda há registros de ruas alagadas em diversos bairros de Ipojuca.
Moradores de Porto de Galinhas enviaram mensagens ao WhatsApp da Globo
reclamando das ruas tomadas pela água. O balanço mais recente do Governo
de Pernambuco aponta para 415 desabrigados e 369 desalojados devido as
chuvas da sexta. Incluindo os afetados pelas chuvas de maio, o número
chega a 7.915 pessoas fora de suas casas.
Maior chuva do ano
Desde as 5h da quinta-feira (20) até as 17h de sexta-feira (21), o
acumulado de chuvas no Recife foi de 130 milímetros, volume esperado
para dez dias, de acordo com a média histórica do mês de julho, que é de
385 milímetros. Segundo a Defesa Civil da capital, essa é considerada a maior chuva do ano na cidade.
A Defesa Civil orientou os moradores das áreas de risco do Recife a
deixarem suas casas e procurarem abrigo em locais seguros. O alerta foi
emitido na sexta via SMS para 22 mil famílias cadastradas em áreas de
risco. A Defesa Civil do Recife mantém um plantão 24 horas e pode ser
acionada através do 0800 081 3400. A ligação é gratuita.
Situação no estado
De acordo com o governo do estado, equipes da Operação Prontidão,
iniciada desde as chuvas de maio, foram acionadas nesta sexta (21) para
dar assistência aos municípios mais atingidos, como Sirinhaém, Rio
Formoso, Tamandaré, Barreiros, Ribeirão, Gameleira, Escada, Primavera,
Bonito, Barra de Guabiraba, Cortês, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
Somente na sexta (21), foram registrados 61 deslizamentos, 23 pontos de
alagamentos, 415 desabrigados e 369 desalojados no estado devido às
chuvas. O estado também fez a entrega de 620 cestas básicas e 684
colchões para essas pessoas.
Desde o mês de maio, o governo havia decretado estado de emergência em
27 municípios: Amaraji, Água Preta, Barra de Guabiraba, Belém de Maria,
Catende, Cortês, Jaqueira, Maraial, Palmares, Ribeirão, Rio Formoso, São
Benedito do Sul, Barreiros, Gameleira, Caruaru, Ipojuca, Joaquim
Nabuco, Jurema, Lagoa dos Gatos, Primavera, Quipapá, Sirinhaém,
Tamadaré, Xexéu, São José da Coroa Grande, Bonito e Escada.
Nesta sexta (21), Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, foi o
município que registrou o maior volume de chuvas, com 110 milímetros, em
12 horas. Em 24 horas, a cidade acumulou 195 milímetros, o equivalente
ao esperado para 21 dias, de acordo com a Apac. Além de Ipojuca, Escada
contabilizou 84 milímetros, Sirinhaém registrou 59 milímetros, Ribeirão
teve 54 milímetros e Rio Formoso notificou 53 milímetros. Todas essas
cidades ficam na Mata Sul pernambucana.
Fonte: G1
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