A novela envolvendo a possível
privatização da Companhia hidroelétrica do São Francisco (Chesf), que
faz parte do pacote da venda da Eletrobras à iniciativa privada,
proposto pelo governo federal, já começa a ter desdobramentos. O
deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) conseguiu recolher assinaturas
necessárias para a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf na
Câmara dos Deputados.
A Frente será instalada na próxima
terça-feira (29), com a escolha da coordenação executiva, que será
composta por um representante de cada estado do Nordeste, sob a
presidência do próprio Danilo.
Na reunião será aprovado o plano de
trabalho que vai orientar as ações do colegiado. Segundo o deputado, uma
das primeiras iniciativas será uma visita à Chesf, em Pernambuco. Além
disso, serão agendados seminários para discussões técnicas, reuniões
com representantes do governo federal e audiências públicas nos nove
estados do Nordeste para tratar sobre o assunto.
Danilo Cabral ressalta que o Rio São
Francisco, além da geração de energia, tem sua água usada para
agricultura e consumo humano. Em Pernambuco, por exemplo, ele abastece
30 municípios e assegura a atividades da fruticultura irrigada do Vale
do São Francisco, em Petrolina. Com o projeto Integração do São
Francisco, a partir da obra de transposição do rio, mais de 12 millhões
de pessoas em 390 municípios nordestinos, além das 294 comunidades
rurais às margens dos canais, dependerão dele para o consumo de água. “Como podemos entregar a gestão do rio para a iniciativa privada?”, questiona o parlamentar.
“Equívoco”
Quando o governo federal, através do
Ministério da Ciência e Tecnologia, anunciou que pretende privatizar a
Eletrobras, composta por 13 subsidiárias (incluindo a Chesf), houve uma
forte reação de parte da bancada do PSB na Câmara. No mesmo dia, Danilo
começou a colher assinaturas – são necessárias 198 – para a criação da
Frente. Historicamente, o partido sempre defendeu que o Estado fosse o
condutor da política nacional de energia. “É um equívoco passar para as mãos da iniciativa privada a geração e distribuição de energia”,
destaca Danilo. O deputado acrescenta que o Governo Temer não conta com
a aprovação da sociedade e que não deveria apresentar pautas tão
reformistas sem um amplo debate. As informações são da assessoria do
deputado. (Foto/arquivo)
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