Um impasse entre o presidente da Agência
Executiva de Gestão das Águas (Aesa), João Fernandes, e a procuradora
da República em Monteiro e coordenadora do Grupo de Trabalho da
Transposição do Rio São Francisco no MPF da Paraíba, Janaína Andrade,
pôde ser percebido durante audiência que discutiu a liberação de
recursos para obras de revitalização do Rio Paraíba, nesta sexta-feira
(19), em João Pessoa.
A divergência é relativa à autorização
para que Pernambuco utilize águas do rio. Segundo João Fernandes, a
Paraíba não será prejudicada. Ele destacou que a quantidade retirada
pelo estado vizinho será referente a uma cota que lhe é de direito.
“Como o Estado de Pernambuco quer fazer a
retirada da água da cota dele depois de Monteiro, ele vai ter que
mandar acrescentar 500 litros às águas que são entregues à Paraíba. A
Paraíba vai de certo modo se beneficiar. Como a adutora deles passa por
Barra de São Miguel, nós vamos fazer uma retirada de 22,5 litros por
segundo para atender aquela região”, argumentou o presidente da Aesa.
Por outro lado, a procuradora Janaina
Andrade diz que faltam esclarecimentos à população. “Quem vai tratar a
água? Cagepa ou Compesa? Dou como exemplo o caso da Adutora do Pajeú,
onde ocorre uma celeuma. A Compesa não quer tratar a água, uma vez que o
tratamento gera custos e a empresa é privada”, cita. Ela ainda disse
que chama atenção o fato de que a área beneficiada pela retirada de água
por Pernambuco tem forte atividade industrial. “A resolução da ANA é
clara: a transposição deve trazer conforto primeiramente ao
abastecimento humano”, completou.
Sobre a polêmica, João Fernandes foi
taxativo ao dizer que “quem conhece o projeto de Transposição do Rio São
Francisco, entende todas as decisões da Aesa”.
Do Afogados OnLine
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