Governadores nordestinos que se reuniram nesta quarta-feira (21) em Brasília redigiram uma carta ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), em que demonstram preocupação com um eventual enxugamento do programa Mais Médicos, fazem reivindicações e pedem uma audiência com o capitão reformado.
Em
seis tópicos, os governadores pedem a retomada urgente de obras
federais na região, a celebração de um pacto nacional de segurança
pública, a viabilização de recursos para reequilibrar o pacto
federativo, o desbloqueio de operações de crédito e a discussão da
prorrogação e ampliação da participação financeira da União no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
Por
fim, eles mencionam a "preocupação com o vazio assistencial que pode se
produzir nos municípios, com a diminuição do contingente de
profissionais do Programa Mais Médicos, sendo fundamental a imediata
recomposição e ampliação do citado programa".
Em 14 de novembro, o governo de Cuba anunciou o fim da participação do
país no Mais Médicos. A decisão foi atribuída a declarações do
presidente eleito, Jair Bolsonaro, que tem criticado a qualificação dos
médicos do país caribenho e defendido mudar as regras do programa,
exigindo a revalidação do diploma.
Segundo a Opas (Organização
Pan-Americana de Saúde), os 8.332 profissionais cubanos que hoje atuam
no programa começam a deixar o Brasil nesta quinta-feira (22).
Os
cinco primeiros voos devem sair de Brasília, São Paulo, Salvador e
Manaus em direção a Havana entre esta quinta e sábado (24). A previsão é
que todos os médicos deixem o país até 12 de dezembro.
A saída
deve ocorrer de forma gradual. Alguns profissionais já deixaram o
atendimento nesta terça-feira (20). Outros devem trabalhar até dois a
três dias antes da data da viagem.
"O último ponto é a
preocupação com o programa Mais Médicos, que hoje atende milhões de
brasileiros, principalmente em estados do Nordeste e do Norte. Nossa
preocupação é com a descontinuidade deste programa, que hoje leva
médicos para lugares que dificilmente tinham condições de ter médicos
para atender as pessoas", disse Camilo Santana (PT), governador reeleito
do Ceará.
Na carta, os governadores nordestinos também registram
estar "totalmente comprometidos com a luta por bons destinos para a
nossa Pátria e à disposição para o diálogo e o entendimento nacional".
Questionado
sobre o que esperava de Bolsonaro após declarações como a intenção de
"varrer os vermelhos", o petista Camilo Santana disse que buscaria
diálogo.
"Espero respeito à democracia que vivemos no Brasil", afirmou.
Governador
eleito da Bahia, Rui Costa (PT) disse que o objetivo do grupo não é
pressionar por uma data para que sejam atendidos e reforçou que espera
uma postura constitucional do presidente eleito. "Espero que todos os
governadores sejam tratados confirme a Constituição", disse, afirmando
que a eleição acabou e o momento agora é de dialogar pelo bem do país.
No
dia 12 de dezembro, os governadores têm uma nova reunião para discutir
segurança e esperam a presença do ex-juiz federal Sergio Moro, futuro
ministro da Justiça. "O governo federal tem que assumir o seu verdadeiro
papel. O Sistema Único de Segurança Publica, que foi aprovado
recentemente precisa funcionar e não pode ser um marco regulatório para
'inglês ver'", afirmou, afirmou Fátima Bezerra (PT), governadora eleita
do Rio Grande do Norte.
Durante a reunião, os governadores do
Nordeste também discutiram com o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(MDB-CE), o repasse de recursos advindos do megaleilão de petróleo do
pré-sal.
Há duas opções em discussão. A primeira remete a estados
e municípios 30% do fundo social ao longo dos anos de exploração e
produção, opção defendida pelo governo atual. O governo eleito, no
entanto, defende a destinação de 20% dos recursos arrecadados com
leilão, valor que pode passar de R$ 20 bilhões.
Uma reunião entre
Eunício, o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o futuro
ministro da Economia, Paulo Guedes, deve acontecer ainda nesta
quarta-feira, já que o Senado deve votar o projeto na próxima
terça-feira (27).
Os governadores também discutiram a tentativa
do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), de assumir a
liderança do grupo de governantes estaduais. "É preciso que a gente
possa, democraticamente, reunir todos os governadores eleitos e definir
como o fórum vai funcionar, quem poderá liderar este fórum. Qualquer
iniciativa tem que ser tomada de forma democrática, decidida por todos
os governadores", disse Camilo Santana. "A relação entre os governadores
tem que ser linear. Não há graduação entre os governadores", afirmou
Rui Costa.
Leia a íntegra da carta
"CARTA DOS GOVERNADORES DO NORDESTE
Exmo.
Presidente Eleito Jair Bolsonaro, Os Governadores do Nordeste vêm
solicitar uma audiência com V.Exa. para tratar prioritariamente acerca
dos seguintes itens:
1. Retomada urgente de obras federais no
Nordeste, visando ao crescimento econômico e à geração de empregos, com
especial destaque para obras rodoviárias, de segurança hídrica e
habitacional;
2. Celebração de um Pacto Nacional pela Segurança
Pública, em que o Governo Federal assuma a coordenação e a execução de
ações concretas no combate à criminalidade interestadual, a exemplo de
assaltos a bancos, tráfico de armas e explosivos, atuação de facções
criminosas, etc;
3. A viabilização de fontes financeiras para
reequilíbrio do pacto federativo, uma vez que Estados e Municípios
sofreram drasticamente com a recessão econômica que deteriorou FPE e
FPM. Nesse sentido, importante pautar a Reforma Tributária que corrija
distorções, como a tributação de bancos e de rendas do capital;
4. Desbloqueio das operações de créditos dos Estados, para viabilização de investimentos e pagamentos de precatórios judiciais;
5. Debate acerca da prorrogação e ampliação da participação financeira da União e no FUNDEB (Novo FUNDEB);
6.
Preocupação com o vazio assistencial que pode se produzir nos
Municípios, com a diminuição do contingente de profissionais do Programa
Mais Médicos, sendo fundamental a imediata recomposição e ampliação do
citado Programa.
Ratificamos os nossos cumprimentos pela vitória
eleitoral de V. Exa., registrando que estamos totalmente comprometidos
com a luta por bons destinos para a nossa Pátria e à disposição para o
diálogo e o entendimento nacional."
Fonte: Folha-PE
quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Governadores do Nordeste pedem manutenção do Mais Médicos
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